Estacas para pequenas edificações

Saiba mais sobre como devem ser produzidas as fundações para pequenas obras residenciais.

Quando falamos em construir as estacas de fundação de uma residência, as etapas de desenvolvimento do projeto arquitetônico e aprovação deste junto ao cliente e prefeitura da cidade, já devem estar concluídas.

Mas antes de pôr a mão na massa, deve ser produzido também o projeto executivo da obra, este projeto executivo contém todos os projetos auxiliares da construção, e entre eles estão os projetos estruturais, ao qual as estacas fazem parte.

Tipos de fundações

Existem vários tipos de fundação que podem ser empregados em pequenas residências, como sapata corrida, sapatas isoladas, radier e estacas. Neste artigo vamos falar um pouco sobre estacas.

As estacas para pequenas construções, consequentemente com pouca profundidade, são comumente chamadas de “brocas” em algumas regiões do Brasil.

Esse tipo de fundação é considerada pela NBR 6122 como fundações profundas, e são definidas como elementos de fundação que transmitem a carga ao terreno pela base (resistência de ponta), por sua superfície lateral (resistência de fuste) ou por uma combinação das duas, e que está assente em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta, e no mínimo 3 metros.

 Estacas

As Estacas, ou “Brocas”, são dimensionadas pelo engenheiro civil responsável, para que elas transmitam a carga da edificação para o solo, de forma distribuída e equilibrada para que não haja deformações no solo ou na estrutura.

As pequenas edificações residenciais, normalmente tem cargas pequenas, e existem dimensões comuns que são utilizadas, essas dimensões aplicam-se na maioria dessas construções em uma mesma região.

Por exemplo, na região onde resido, no interior do Estado de São Paulo, é comum utilizarem para estacas  de residências simples o diâmetro de 20cm e a profundidade de 3 metros, esse dimensionamento leva em conta o solo da cidade, e a carga considerada baixa. Não é uma regra, mas é muito utilizada, em uma outra região não muito distante, utilizam diâmetros maiores e profundidade menores, entretanto, em nenhuma hipótese pode-se fugir do projeto do engenheiro responsável.

Para saber realmente o que é necessário e seguro para a fundação de uma edificação, deve-se fazer uma sondagem do solo, que vai indicar ao quanto aquele solo resiste de carga, identificando também como a resistência varia  de acordo com a profundidade.

O problema é que muitas vezes é inviável, e pode custar até mais de 50% do custo da fundação dependendo do tipo de sondagem e do número de pontos a sondar. Por isso é usual utilizarem senso comum em uma região, o que muitas vezes pode gerar exagero, ou também insuficiência. Por isso sempre deve-se consultar o engenheiro civil, que saberá equilibrar economia e segurança.

Após o dimensionamento, deve-se colocar no papel, o diâmetro das estacas, a profundidade, e a posição, que normalmente é orientada por eixos.

 Locação

Com o projeto de fundação em mãos e o gabarito pronto, deve-se demarcar cada eixo no gabarito e esticadas linhas, as estacas ficarão localizadas nas intersecções destes eixos.

Observem na imagem abaixo, a planta da edificação e abaixo um simples projeto de locação das estacas, existem eixos verticais e horizontais, e as estacas são identificadas com um círculo vermelho e posicionadas sempre em cruzamento dos eixos.

Identificados os cruzamentos que possuirão estacas, deve-se usar o prumo de centro e demarcar o local, para essa demarcação, normalmente se utiliza cravar uma pequena estaca de madeira no solo.

Após a locação de todos os pontos, retira-se as linhas para que possa ser iniciada a construção das estacas. Estas podem ser escavadas manualmente ou mecanicamente, e também podem ser cravadas. O importante é seguir o projeto desenvolvido pelo engenheiro responsável.

Escavação

As estacas escavadas manualmente são realizadas com trados manuais ou cavadeiras, mecanicamente pode ser utilizado bate estacas, ou perfuratrizes. Os furos são realizados um a um, estes devem ser protegidos para que não ocorra desmoronamentos, e muito menos acidentes.

Com as estacas escavadas, posiciona-se a armadura e sucede-se com a concretagem.  A armadura deve ser dimensionada pelo engenheiro responsável, elas podem ser amarradas em obra, porém a cada dia aumenta-se o uso das armaduras pré-armadas, onde o projeto é enviado para uma empresa especializada, e esta empresa faz a armação na fabrica de acordo com o projeto, e depois transporta para a obra.

Ao depositar a armadura dentro do furo, é preciso ter o cuidado para que ela não fique apoiada nas laterais, quando as armaduras são muito longas, é difícil ter esse controle, então é recomendado que-se use espaçadores, isso é necessário para que ao concretar, o concreto envolva toda a armadura com um cobrimento mínimo, protegendo-a contra possíveis corrosões.

É de extrema importância, atentar-se ao projeto e verificar a altura das armaduras, para que a ancoragem ou amarração com a próxima armadura não seja prejudicada, assim como o nível final do concreto. Essas pontas que sobram acima do nível das estacas também são chamadas de “arranques”.

    

 

Após a concretagem das estacas, segue-se a fundação com as vigas de fundação, também conhecidas como vigas “baldrames”.

Se você deseja saber mais sobre fundações, como fazer o dimensionamento, ou sobre construções em geral, continue navegando em nosso site, conheça também nosso canal no Youtube, e venha fazer parte da família da Projetar e Construir.!!

 

Um grande abraço a todos!!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *